
Grupo Aberto de Teatro - Instituto A Casa
O Grupo Aberto de Teatro é um projeto de prática artístico-clínica que reside e faz parte do Hospital-Dia do Instituto A Casa. O grupo existe há mais de 15 anos e está inserido como um dos dispositivos transdisciplinares que compõem a proposta de tratamento da instituição. Atualmente se organiza como um coletivo aberto e tem uma equipe de coordenação compartilhada. Faço parte da equipe de coordenação desde 2015 cujas responsabilidades de sustentação clínica e direção artística são coletivas e fazem parte da prática continuada do grupo.
Dentre os projetos de criação e experimentação cênica desenvolvidos pelo grupo destacam-se "Três Tempos: memórias do estilhaço" [2016], "Asas de Borboleta" [2018] e QOMUM [2019].


QOMUM [2019]
Teremos que ser ágeis, hábeis, desembaraçados, destros, diligentes, expedientes, expeditos, jeitosos, maniprestos, prestímanos para seguirmos bípedes nesta desconjuntura nacional. Se a convocação diária é para retornarmos a bestialidade, ou melhor, sermos conduzidos pelo que de mais agressivo há na nossa humanidade seremos ligeiros no movimento e transformaremos cada passo em arte. A resistência está na existência e expressão do que não cabe na fala, nos autos e está na mira do autoritarismo.
Se a realidade está posta, será na sua materialidade nossa ação. Qriaremos, com Q, o que a Civilização, com C, corre o risco de perder - seu QOMUM.
Uma auto ficção comunitária. Um fechamento e uma abertura. Sobre não ser apenas morte. Sobre criação de possíveis a partir do que está dado como certo. Uma natureza inventada como tantas. Sobre ser vida. Sobre compôr para não desabar. QOMUM é isso - um depoimento cênico resultado de seis meses de mergulho na prática artístico-clínica desenvolvida pelo Grupo Aberto de Teatro do Instituto A Casa.
QOMUM foi criado a partir do projeto "Criações do Inqomum" aprovado pela Bolsa de Aprimoramento Técnico-Artístico do PROAC 2018\2019 que consistiu em uma série de estudos teórico-práticos sobre a criação artística em contextos de tratamento psiquiátrico. O projeto consiste na realização de três encontros com três artistas que atuam de diferentes formas na imbricação entre arte e loucura, além da criação de uma performance inédita e da publicação online de um caderno de criação coletivo.
FICHA ARTÍSTICA
Coordenação e direção artística |
Isis Andreatta, Rafael Costa e Fernando Ramos
Performance e criação |
Eduardo Toscano, Érica Rocha, Fernando Ramos, Flávio Pormorski Lorente, Francisco Lira, Juliana Eloys, Isis Andreatta, Liane Matsumoto, Luciana Bomfim, Pérsio , Rafael Costa, Renata Barros Domingues.