Salivating and generating foams_Algorithm IV [2023] de Mario Lopes
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Performance que nasce da pesquisa de Mário Lopes sobre a Afrotranstopia, um espaço de convívio e criação que se constrói em torno da intersecção entre tecnologias de vida, existências e transcendências "espumosas". A tecnologia afrotranstopiana não se refere apenas a recursos técnicos ou digitais - que também usamos no processo de criação. Na Afrotranstopia, a tecnologia é pensada como mobilização e ativação de saberes, modos de vida (existências) e de formas de resistência matriarcais, ancestrais, indígenas e afrodiaspóricas. Afrotranscendência são as múltiplas estratégias para se manter vivo, mesmo quando isso parece impossível. Afrotranscendência não é sobrevivência: é viver, existir e criar futuros.
Reativar estas tecnologias significa construir espaços de formação e partilha coletiva que apoiem a manifestação e disseminação destas tecnologias, bem como gerar espaços de criação, especulação e superação.
Neste espetáculo experimentamos a Afrotranstopia nos corpos em palco. A nossa primeira ativação é mapear, circular, diluir os nós dos nossos corpos. Depois, mergulhar na questão de como podemos salivar juntos esses nós da imensidão do oceano interno do corpo. A partir daí, produzir coletivamente uma onda de som, ressonâncias e vibrações contra o tsunami que ameaça a vida. Após o tsunami, restarão espumas regenerativas que preparam o caminho para a transformação.
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A materialidade externa intrínseca que trazemos é a Espuma, movendo-se como espuma. O que vamos gerar e ser são Espumas: espuma maleável, flexível, porosa, leve e sonora, em constante movimento. A espuma é traço. É o efeito do emaranhado de múltiplas correntes de vida transcendente pós-tsunami. É o que é visível das forças que estiveram lá, ainda estão, e continuarão a estar enquanto for necessário, para ser uma onda anti-colonial. Entre muitos processos de aprendizagem, um em particular com Konstantina Georgelou, visualizámos que "Afro" significa espumas. Espumas que deram vida às afrodites e, como eu diria, a Iemanjá, a deusa das águas.
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+ info em https://www.atd.ahk.nl/actueel/agenda/2023/6/14/june-works-ecd-2-3/
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CRÉDITOS
Coreografia | Mario Lopes
Dramaturgia | Isis Andreatta
Criação e performance | Amisha Kumar, Dengling Levine, Marilou Fortuné, Maira Horvath, Nara Gonçalves, Ryan Le-Nguyen, Rowan van Sen, Wiktoria Kolcon, Tara Pula and Ugné Laurinaviciai.
Performance sonora | Damani Leidsman, Gabriel de Oliveira, Niel Luteijin, Paula Montecino and Zen Mthembu.
Técnica de som | Juli frodermann
Luz & técnica | Marcel Slagter
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Suport: DAS Choreography - Expanded Contemporary Dance - Amsterdam University of Arts
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